sexta-feira, 8 de maio de 2009

fotografia copiada de : thiaguinhooak.wordpress.com/.../
ESTAÇÃO
Creio num frio que conheço
velho como a gana do encontro.
Acho seu casaco pendurado.
Fecho seu caderno rasurado.
Todos seus contornos me subornam
quase parecendo uma lareira:
saio deste outono aventurado
e entro nesse inverno esfarrapado.
Quase que acredito no passado.
Mas tu me apareces sem recado:
sol que abranda o sangue como fado
volto a ver o frio no telhado
belo, todo meu, desajeitado.
Peço-te os invernos encantados,
chuvas e verões ensolarados.
Nada de calçadas sem suborno.
Tu: pronome meu, por ti deixado.
Cristina
foto copiada de:


DIALÉTICA

e Ausência


Alieno-me de ti

facilmente

por causa de um viés

quase exausto.

Tem medos

e fantasmas

e casos

daqueles que tem dentes

e braços.

Procuro-

te sei

e te acho

por tudo que tu es

sem cansaço:

sem sombras com certezas

e espasmos

mas dono de um viés

feito abraço.


Cristina