sexta-feira, 8 de maio de 2009

ESTAÇÃO
Creio num frio que conheço
velho como a gana do encontro.
Acho seu casaco pendurado.
Fecho seu caderno rasurado.
Todos seus contornos me subornam
quase parecendo uma lareira:
saio deste outono aventurado
e entro nesse inverno esfarrapado.
Quase que acredito no passado.
Mas tu me apareces sem recado:
sol que abranda o sangue como fado
volto a ver o frio no telhado
belo, todo meu, desajeitado.
Peço-te os invernos encantados,
chuvas e verões ensolarados.
Nada de calçadas sem suborno.
Tu: pronome meu, por ti deixado.
Cristina

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